Em sua participação de destaque na 11ª edição do Fórum Brasil África realizada na cidade de São Paulo, o governador Helder Barbalho, desvendou as riquezas da Amazônia para uma audiência composta por autoridades, peritos e investidores do Brasil e da África. Ademais, Barbalho alçou a voz em defesa de uma aliança entre a Amazônia e nações africanas, visando pressionar os atores globais a investirem no mercado de créditos de carbono.
“Estamos dialogando a respeito das semelhanças, desafios e oportunidades que o Brasil compartilha com os países africanos, destacando particularmente a Amazônia, sua floresta tropical, as oportunidades na bioeconomia, na valorização da floresta viva, na criação de empregos verdes para a comunidade, na agricultura familiar, nas populações extrativistas, bem como nas comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas,” ponderou Helder Barbalho ao portal oficial do Governo do Pará.
O governador também abordou a questão da neutralização de carbono, salientando que os países africanos enfrentam desafios semelhantes na transição do uso da terra com preservação da floresta.
Barbalho ressaltou que os financiamentos climáticos globais devem garantir inclusão e oportunidades para os habitantes das florestas. “Eu acredito, defendo e luto pela manutenção da floresta em pé, a floresta viva, pois é, inegavelmente, o recurso mais valioso em nossos biomas,” enfatizou ao portal oficial.
“Eu faço um apelo aos países africanos para aderirem à agenda do mercado de carbono. Precisamos unir esforços para chamar a atenção do mundo de que a floresta tropical, seja no Brasil, seja na África, representa o principal reservatório de captura de carbono. Com isso, o mercado de carbono pode se tornar uma mercadoria global de grande magnitude, proporcionando, por conseguinte, a criação de empregos relacionados à valorização da floresta viva,” prosseguiu o governador ao portal Agência Pará.
Barbalho também aproveitou o momento para realçar as potencialidades do estado do Pará. “Esta é uma oportunidade para apresentarmos as ações que o estado do Pará tem empreendido e atrair investimentos, investidores e oportunidades para fortalecer ainda mais o Brasil, a Amazônia e o estado do Pará,” completou ao portal o líder executivo paraense.
Objetivos do Fórum Brasil África
Sob a organização do Instituto Brasil África, cujo presidente é João Bosco Monte, doutor em educação pela Universidade Federal do Ceará e um dos principais especialistas nacionais no assunto, o Fórum tem como objetivo estreitar as relações comerciais e institucionais entre brasileiros e africanos. Monte explicou ao portal oficial do Governo do Pará: “O principal objetivo do Fórum é promover a troca de experiências entre os países e buscar iniciativas, parcerias e oportunidades de negócios e comércio em diversas áreas.”
O Fórum Brasil África debateu as inúmeras oportunidades no continente africano para empresas brasileiras, abrangendo setores como agricultura, indústria, infraestrutura, energia, esportes, turismo, tecnologia e gastronomia, entre outros.
Segundo os organizadores, entre os participantes foram destaques o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial Celso Amorim, o presidente da Apex Brasil, Jorge Vianna, e o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, bem como, Ngozi Okonjo-Iweala e Yonov Fred Agah, respectivamente diretor-geral e chefe negociador da Nigerian Office of Trade Negotiations; Sergio Gusmão Suchodolski, sênior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais; Nicolas Kazadi, ministro das Finanças da República Democrática do Congo (RDC); e Martin Mbeng, embaixador da República do Cameroun em Brasília e decano dos embaixadores africanos no Brasil.
África
Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasil África, o continente africano é o segundo mais populoso, com a maior taxa de crescimento populacional, indicando o potencial do mercado consumidor da região, que deve chegar a quase 2,5 bilhões de habitantes em 2050, o que representa um quarto da população mundial.
O African Export-Import Bank (Afreximbank) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem um crescimento de 3,5% para o continente africano em 2023, impulsionado pelos preços das commodities, pela recuperação econômica pós-Covid e pelo dinamismo das economias emergentes locais.
O continente africano tem atraído investimento direto estrangeiro (IDE), atingindo um recorde de US$ 84 bilhões em 2021.
